Satisfação no trabalho e intenção de abandono em enfermagem: a influência do empoderamento profissional
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0216e.37744Palavras-chave:
enfermagem; retenção de pessoal; satisfação no trabalho; poder psicológico; organizações em saúdeResumo
Introdução: A satisfação profissional e a intenção de abandono em enfermagem estão fortemente relacionadas com as políticas organizacionais promotoras do empoderamento estrutural e do capital psicológico dos trabalhadores.
Objetivo: Avaliar a satisfação no trabalho, a intenção de abandono e o empoderamento profissional em enfermeiros na prática clínica em organizações de saúde; avaliar a associação entre o empoderamento profissional, a satisfação no trabalho e a intenção de abandono dos enfermeiros.
Métodos: Estudo observacional, transversal e correlacional, com abordagem quantitativa. Amostra por conveniência constituída por 308 enfermeiros na prática clínica. Instrumento de recolha de dados constituído por questionário de caraterização sociodemográfica e profissional, Job Satisfaction Survey, Antecipated Turnover Scale, Conditions for Workplace Effectiveness Questionnaire II e Psychological Empowerment Instrument.
Resultados: Participaram no estudo enfermeiros com média de idade de 40,15 anos (±9,38) e que exercem prática clínica há 16,19 anos (±9,30). Aferiu-se uma relação positiva significativa entre a satisfação no trabalho e todas as dimensões do empoderamento profissional (0,255<r<0,660), exceto para a dimensão competência do Psychological Empowerment Instrument (r=0,097; p>0,088). Para a intenção de abandono, obtiveram-se relações negativas com todas as dimensões do empoderamento estrutural e psicológico (-0,352<r<-0,176).
Conclusão: A satisfação profissional dos enfermeiros está associada a menor intenção de abandono. Os enfermeiros profissionalmente empoderados têm as condições necessárias para acreditar na sua capacidade de contribuir para as decisões organizacionais, tendo melhor perceção do seu impacto nos resultados.
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