Influência da Crise Económica na Saúde Mental dos Profissionais de Saúde
Palabras clave:
saúde mental, crise económica, profissionais de saúdeResumen
Introdução: Atualmente, é reconhecida a influência
que a crise económica desempenha na saúde mental dos
profissionais de saúde. As crises económicas são momentos de
risco e podem levar a um estado de desequilíbrio do bem-estar
mental da população. Assim, em Portugal, com uma
prevalência de perturbações mentais e um consumo médio de
antidepressivos superiores aos da média europeia, estes são
factos alarmantes.
Objetivos: Analisar a influência da crise económica,
situação laboral e redução do poder económico na saúde
mental dos profissionais de saúde; analisar a influência da
crise económica atual na redução do poder económico dos
profissionais de saúde; conhecer a influência das variáveis
sociodemográficas e do impacto da situação laboral na saúde
destes profissionais.
Material e Métodos: Estudo descritivo-correlacional,
transversal, numa amostra não probabilística, em 181
profissionais de saúde (61 enfermeiros, 60 médicos e 60
assistentes operacionais de saúde AOS) do Centro Hospitalar
Tondela – Viseu e Agrupamento de Centros de Saúde Dão
Lafões, no período de tempo compreendido entre fevereiro e
junho de 2014. Como instrumento de colheita de dados
utilizou-se um questionário e a Escala de Saúde Mental de
Pais Ribeiro (2001).
Resultados: Constatámos que 91.2% dos inquiridos
se sentem afetados pela crise económica, declarando que esta
tem influência na saúde mental dos profissionais de saúde, no
entanto a maioria dos inquiridos possui uma boa saúde mental.
Esta variável está associada a um nível de literacia mais
elevado, sendo que os profissionais de saúde que trabalham
por turnos são os mais afetados. A maioria reduziu, no último
ano, as despesas com alimentos, restaurantes, lazer, compra de
equipamentos eletrónico e vestuário, despesas com água, luz,
telefone, utilização do carro e, ainda, as despesas com a
decoração da casa. No que diz respeito aos gastos na
educação, atividades extracurriculares e mesada dos filhos, a
maior parte dos profissionais referiu não ter reduzido esses
custos.
Conclusão: A maioria dos profissionais de saúde
sentiu a influência dos cortes salariais, do aumento da carga
horária e de sentimentos de pressão laboral, com repercussão
na sua saúde mental.
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Citas
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