O Papel da Experiência Motora no Desenvolvimento Global: As Implicações na Criança com Paralisia Cerebral
Palabras clave:
paralisia cerebral, necessidades educativas especiais, perceção-ação, desenvolvimento psicomotor, aprendizagem ativaResumen
A influência da atividade motora e da manipulação na
aprendizagem global tem sido suportada pela perspetiva de que o
movimento ativo é importante para o desenvolvimento percetivo
típico, não podendo ser substituído por movimentos passivos. Por
outro lado, considera-se que a atividade psicomotora potencia a
internalização do movimento e a relação do corpo com o espaço.
Assim, a aprendizagem humana e a conquista de estádios de
desenvolvimento surgirá como resultado da experiência motora,
posteriormente reforçada na organização cerebral pela experiência
reflexiva.
No entanto, nem todas as crianças cumprem as etapas
de desenvolvimento psicomotor nos períodos típicos. Quando a
questão se coloca face a crianças em desvantagem,
nomeadamente com necessidades educativas especiais de caráter
motor, como é o caso da paralisia cerebral, a tónica pode ganhar
expressão particular. As experiências psicomotoras e sociais são,
por vezes, barradas por condicionantes que privam as crianças de
vivências que ocorrem de forma autónoma e espontânea,
tipicamente, resultantes do desenvolvimento global.
No presente texto, atravessaremos uma revisão de
estudos que trazem evidências no domínio da influência da
experiência motora no desenvolvimento e na aprendizagem,
nomeadamente do papel da exploração ativa em idades precoces.
Esta abordagem e a sua discussão, com ênfase na implicação na
aprendizagem e desenvolvimento de crianças com necessidades
educativas especiais de caráter motor, com destaque para a
paralisia cerebral, constituem alguns dos tópicos que alicerçam
este trabalho.
Descargas
Citas
• Adolph, K. & Berger, S. (2006). Motor development. In W. Damon & R. Lerner (Series Eds.) & Kuhn, D. &
Siegler, R. (Vol. Eds.), Handbook of child psychology: Vol. 2: Cognition, perception, and language. (6th
ed.). New York: Wiley, pp. 161-213.
• Amorim, M.-A. (2010). Percevoir le contact pour agir. In C. Donnet, N. Mathevon, & E. Viennot (Eds.) Le
contact. Presses Universitaires de Saint-Etienne: Collection "Les colloques de l'Institut Universitaire de
France".
• Andrada, M. (1982). Diagnóstico da Paralisia Cerebral – detecção e orientação precoces. Revista Portuguesa
de Pediatria, 13, 3-10.
• Andrada, M. (2001). Paralisia cerebral aos 5 anos de idade em Portuga: crianças com paralisia cerebral
nascidas em 2001. 1ª edição. Lisboa: Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, 2009.
• Andrada, M. (2008). Validation of assessment scales for communication and oromotor function in children
with cerebral palsy in European Academy of Childhood Disability: Abstracts 2008. Development Medicine
& Child Neurology. 50: Supplement 114:29.
• Andrada, M., Batalha, I., Calado, E., Carvalhão, I., Duarte, J., Ferreira, C., Folha, T., Gaia, T., Loff, C. &
Nunes, F. (2005). Estudo Europeu da Etiologia da Paralisia Cerebral - Região de Lisboa. Monografia
editada pela APPC.
• Andrada, M., Folha, T., Gouveia, R., Calado, E. & Virella, D. (2009). Paralisia cerebral aos cinco anos de
idade em Portugal: crianças com paralisia cerebral nascidas em 2001. 1ª edição. Lisboa: Federação das
Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral.
• Coello, Y. (2005). Spatial context and visual perception for action. Psicológica, 26, 39-59.
• Damásio, A. (1995). O Erro de Descartes: Emoção, Razão e Cérebro Humano. Lisboa: Edições Europa-
América.
• Damasio, A. (1999). The Feeling of What Happens: Body and Emotion in the Making of Consciousness.
NY, NY: Harcourt Inc.
• Dean, A., Scherzer, E. & Chabaud, S. (1986). Sequential ordering in children's representations of rotation
movements. Journal of Experimental Child Psychology, 42, 99-114.
• Duckman, R. (1987). Vision therapy for the child with cerebral palsy. J Am Optom Assoc.58(1):28-35.
• Eliasson, A., Krumlinde-Sundholm, L., Rösblad, B., Beckung, E., Arner, M., Öhrvall, A. & Rosenbaum, P.
(2006). The manual ability classification system (MACS) for children with cerebral palsy: scale
development and evidence of validity and reliability. Developmental Medicine and Child Neurology, 48:
-554.
• Esben, P. (2003). New CP - Cerebral Palsy: hold the light. Copenhagen: The Danish Society for Cerebral
Palsy.
• Falcão, H., & Barreto, M. (2009). Breve histórico da psicomotricidade. Ensino, Saúde e Ambiente, v.2, n.2:
-96;
• Fonseca, V. (1999). Insucesso Escolar: abordagem psicopedagógica das dificuldades de aprendizagem.
Lisboa: Âncora Editora.
• Gibson, J. (1979). The Ecological Approach to Visual Perception. Boston: Houghton Mifflin.
• Greenough, W, & Chang, F. (1989). Plasticity of synapse structure and pattern in the cerebral cortex. In
Peters & Jones (Eds.,) Cerebral Cortex, vol. 7: 391-440. New York: Plenun Press.
• Grosjean, M., Shiffrar, M., & Knoblich, G. (2007). Fitts’ Law holds for action perception. Psychological
Science, 18: 95-99.
• James, K., Humphrey, G., & Goodale, M. (2001). Manipulating and recognizing virtual objects: Where the
action is. Canadian Journal of Experimental Psychology, 55: 113-122.
• Jeannerod, M. & Frak, V. (1999). Mental imagining of motor activities in humans. Current opinion in
Neurobiology, 9: 735 - 739.
• Jeannerod, M. (2006). Motor cognition: What actions tell the Self. Oxford: University Press.
• Johansson BB (2000) Brain plasticity and stroke rehabilitation. The Willis Lecture. Stroke 31: 223–231.
• Johnson, M. (1987). The Body in the Mind: The Bodily Basis of Meaning, Imagination, and Reason.
Chicago: The University of Chicago Press.
• Kail, R. & Park, Y. (1990). Impact of practice on speed of mental rotation. Journal of Experimental Child
Psychology, 49: 227 – 244.
• Kolb, B., Gibb, R. & Robinson, T. (2003). Brain plasticity and behavior. Current Directions in
Psychological Science, 14: 1-5.
• Kosslyn, S. (1990). Mental imagery. In Osherson, D., Kosslyn, S., and Hollerbach, J. (Eds.). An Invitation to
Cognitive Science: Visual Cognition and Action (Vol. 2). Cambridge, MA: MIT Press.
• Lakoff, G. & Johnson, M. (1980). Metaphors We Live By. Chicago: The University of Chicago Press.
• Lakoff, G. & Johnson, M. (1999). Philosophy in the Flesh: the embodied mind and its challenge to western
thought. New York: Basic Books.
• Lautrey, J. & Chartier, D. (1987). Images mentales de transformations et opérations cognitives: une revue
critique des études développementales. L’Année Psychologique, 87: 581-602.
• Mac Whinney, B. & Bates, E. (1978). Sentential devices for conveying givenness and newness:
A cross-cultural developmental study. Journal of Verbal Learning and Verbal Behavior, 17: 539-558.
• Markham, J. & Greenoug, W. (2004). Experience-driven brain plasticity: beyond the synapse. Neuron Glia
Biol.; 1: 351–363.
• Marmor, G. (1975). Development of kinetic images: When does the child first represent movement in
mental images? Cognitive Psychology, 7: 548-559.
• Martins, I. C. & Leitão, L. (2012). O Aluno com Paralisia Cerebral em contexto educativo: Diferenciação de
metodologias e de estratégias. Revista Millenium, 42: 59-67.
• Martins, I. C. (2006). Estudo cronométrico da rotação mental de letras e mãos em pessoas com Paralisia
Cerebral. Dissertação de Mestrado não publicada. Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.
Coimbra: Universidade de Coimbra.
• Martins, I. C., Oliveira, A. M. & Amorim, M-A. (2005).Mental rotation of hands: Comparing motor able
and cerebral palsy subjects. In Monahan, J. S.; Sheffert, S. M. & Townsend, J. T. (Eds) (2005). Fechner
Day 2005. Proceedings of the 21st Annual Meeting of The International Society of Psychophysics, 193–198.
Mt. Plesant, MI: The International Society of Psychophysics.
• Martins, I., Oliveira, A. M., Amorim, M-A. (2008). From acting to perceiving: mental rotation of body parts.
In Proceedings of the 3rd International Conference on Cognitive Science, vol I, 105-106.
• Noë, A. (2004). Action in Perception. Representation and Mind. Cambridge, MA: The MIT.
• Palisano, R., Rosenbaum, P. & Walter, S. (1997). Development and reliability of a system to classify gross
motor function in children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, 39: 214‐223.
• Palisano, R., Rosenbaum, P., Russell, D., Wood, E. & Galuppi, B. (1997). Development and reliability of a
system to classify gross motor function in children with cerebral palsy. Developmental Medicine and Child
Neurology, 39: 214-223.
• Pascual-Leone, A., Nguyet, D., Cohen, L., Brasil-Neto, J., Cammarota, A., & Hallett, M. (1995).
Modulation of muscle responses evoked by transcranial magnetic stimulation during the acquisition of new
fine motor skills. Journal of Neurophysiology, 74(3): 1037-1045.
• Piaget, J. (1977). A Linguagem e o pensamento da criança. Lisboa: Moraes Editores.
• Piaget, J., & Inhelder, B. (1966). L'image mentale chez l'enfant. Paris: Presses Universitaires de France.
• Pollock, W. (2004). An Alternative Experience of the Museum. [On-line]
Disponível em <http://www.astc.org/pubs/dimensions/1999/nov-dec/discovery.htm>.
• Richardson, M. & Flash, T. (2000). On the Emulation of Natural Movements by Humanoid. Proceedings of
Humanoids. Cambridge, Sep 7-10.
• Roberts, J., & Bell, M. (2003). Two- and Three-dimensional mental rotation tasks lead to different parietal
laterality for men and women. International Journal of Psychophysiology, 50: 235-246.
• Rodrigues, D. (1989). Corpo, Espaço e Movimento. A representação espacial do corpo em crianças com
paralisia cerebral. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação científica.
• Rosenbaum, P., Dan, B, Fabiola, R., Leviton, A., Paneth, N. Jocobson, B., Goldstein, M & Bax, M. (2005).
The Definition of Cerebral Palsy. Developmental Medicine and Child Neurology, 47: 571-574.
• Sacks, O. (1985). O homem que confundiu a mulher com um chapéu. Lisboa: Relógio d’Água.
• Santos, A. (1972). Expressividade e Personalidade. Um século de Psicologia. Coimbra: Atlântida Editora.
• SCPE-Surveillance of cerebral palsy in Europe. Prevalence and characteristics of children with cerebral
palsy in Europe (2002). Developmental Medicine Child Neurology, 44(9): 633-640.
• Shepard, R. N., & Metzler, J. (1971). Mental rotation of three-dimensional objects. Science, 171: 701-703.
• Sommerville, J., Hildebrand, E. & Crane, C. (2008). Experience matters: The impact of doing versus
watching on infants’ subsequent perception of tool use events. Dev Psychol, 44(5): 1249–1256.
• Steenbergen, B., van Nimwegen, M., & Crajé, C. (2007). Solving a mental rotation task in congenital
hemiparesis: Motor imagery versus visual imagery. Neuropsychologia, 45: 3324-3328.
• Surveillance of Cerebral Palsy in Europe Prevalence and Characteristics of Cerebral Palsy in Europe (2002).
Developmental Medicine and Child Neurology, 44: 633-640.
• Pantev. C., Ross, B., Fujioka, T., Trainor, L., Schulte, M. & Schulz, M. (2003). Music and learning-induced
cortical plasticity. Annals of the New York Academy of Sciences, 999: 438–450.
• Van Praag, Kempermann, G & Gage, F. (2000). Neural consequences of environmental enrichment. Nature
: 191-198.
• Vealey, R., & Walter, S. (1993). Imagery training for performance enhancement and personal development.
In J. Williams (Ed.), Applied sport psychology: Personal growth to physical performance, (2nd ed.,
-224). Mountain View, CA: Mayfield.
• Wallon, H. (1970). Do acto ao pensamento. Lisboa: Moraes Editores.
• World Health Organization (2001). International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF).
Geneva: WHO.
• Zabalia, M. (1999). Traitement analogique et traitement propositionnel des rotations mentales chez les
enfants IMC. L’Année Psychologique, 99, 75-97.
• Zabalia, M. (2002). Action et imagerie mentale chez l’enfant. Année Psychologique, 102(3), 409-422.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que sometan propuestas para esta revista estarán de acuerdo con los siguientes términos:
a) Los artículos serán publicados según la licencia Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conforme el régimen open-access, sin cualquier coste para el autor o para el lector.
b) Los autores conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de la primera publicación, se permite la divulgación libre del trabajo, desde que sea correctamente atribuida la autoría y la publicación inicial en esta revista.
c) Los autores están autorización para firmar contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en un repositorio institucional o como capítulo de un libro), con reconocimiento de la autoría y publicación inicial e esta revista.
d) Los autores tienen permiso y son alentados a publicar y distribuir su trabajo on-line (ej.: en repositorios instituciones o en su página personal) ya que eso podrá generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado.
Documentos necesarios para la sumisión
Plantilla del artículo (formato editable)