A perceção da qualidade de vida em pessoas com dependência de drogas
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0204.06.00143Palavras-chave:
Transtornos relacionados ao uso de substâncias, Alcoolismo, Qualidade de vidaResumo
Introdução: A toxicodependência afeta a vida de muitas pessoas e os dados estatísticos demonstram a abrangência do problema, que se inicia, geralmente, em idades precoces e que se mantém ao longo da vida, com implicações na sua saúde e qualidade de vida (QV).
Objetivos: Avaliar a perceção de QV das pessoas com problemáticas aditivas; comparar a perceção de QV entre os dependentes de drogas ilícitas e os dependentes de álcool; e avaliar se existem diferenças relativamente à perceção de QV, considerando as variáveis sociodemográficas, de saúde e de tratamento.
Métodos: Desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo e transversal com uma amostra de 108 pessoas, maioritariamente do sexo masculino, com idade média de 45 anos e baixa escolaridade, com um longo historial de consumo de substâncias, especialmente em policonsumos, com início em idades muito precoces e em tratamento de desabituação no Distrito do Porto. Para avaliar a perceção de QV foi utilizado o Quality of Life Índex (QLI) versão portuguesa de Ferrans & Powers.
Resultados: Os participantes percecionaram a sua QV como positiva, não ficando demonstradas diferenças nessa perceção, considerando o tipo de dependência química (drogas ilícitas/álcool); os participantes do sexo feminino (p=0,01), não ativos (p=0,006), que viviam sozinhos (p=0,002), com tratamentos de desabituação anteriores (p=0,01), e que mantinham consumos (p=0,001), apresentaram valores inferiores nos scores do QLI global.
Conclusões: Este estudo permitiu avaliar a perceção de QV das pessoas com dependencia de drogas, e identificar grupos com maior vulnerabilidade, com vista ao planeamento de programas de intervenção mais efetivos.
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