Gerir a febre em crianças: Conhecimentos e práticas dos pais

Autores

  • Margarida Santos Escola Superior de Enfermagem do Porto, Portugal
  • Celina Casanova Hospital Santa Maria Maior, E.P.E., Barcelos, Portugal
  • Paula Prata Escola Superior de Enfermagem do Porto, Portugal
  • Isabel Bica CI&DETS, Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu, Portugal

Palavras-chave:

Conhecimento, Criança, Febre, Pais

Resumo

Introdução: a febre é um dos sintomas mais comuns na infância e uma das queixas e razões mais habituais na procura de serviços de saúde.

Objetivo: analisar os conhecimentos e as práticas dos pais, com filhos menores de seis anos, na gestão de sintomas da febre.

Métodos: Estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com uma amostra de conveniência. Colheita de dados por questionário, no norte de Portugal.

Resultados: amostra constituída por 145 pais, com idades entre 21 e 47 anos, 46.9% tinham o ensino superior. A maioria usava termómetro eletrónico associado ao toque para avaliar a febre e considerava valores abaixo de 38ºC como febre, 31.2% assumiram dar antipiréticos, ao filho, com valores entre 37ºC e 37.8ºC. A medicação antipirética era a intervenção preferida pela maioria dos pais. Em associação recorriam a intervenção não farmacológica, sendo a mais utilizada a diminuição da quantidade de roupa. Os pais acreditavam que a febre não tratada era capaz de causar meningite, coma, atraso mental e até mesmo morte.

Conclusões: os resultados mostram uma clara falta de conhecimento dos pais sobre como cuidar de uma criança com febre: consideram valores relativamente baixos de temperatura corporal como febre e como valor de referência para a administração de antipirético e têm crenças erróneas sobre as consequências da febre na saúde das crianças. As intervenções de educação para a saúde dirigidas aos pais são necessárias para os ensinar a gerir eficazmente os sintomas da febre em crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abramczyk, M. L. (2005). Febre sem sinais localizatórios. In M. B. Morais, S. O. Campos, & W. S. Silvestrini (Eds.), Pediatria: Guias

de medicina ambulatorial e hospitalar (pp. 375-380). São Paulo: Editora Manole Lda.

Algren, C., & Arnow, D. (2008). Variações das intervenções de enfermagem pediátricas. In M. J. Hockenberry, & W. Winkelstein

(Eds.), Wong fundamentos de enfermagem pediátrica (7ª ed., pp. 706-786). Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda.

Bowden, V., & Greenberg, C. S. (2008). Pediatric nursing procedures (2ª ed.). Philadelphia: Lippincott Williams e Wilkins.

Broom, M. (2007). Physiology of fever. Paediatric Nursing, 19(6), 40-44.

Carrilho, E. (2003). A criança com febre. In J. M. Palminha, & E. M. Carrilho (Eds.), Orientação diagnóstica em pediatria: dos sinais

e sintomas ao diagnóstico diferencial (pp. 463-487). Lisboa: Lidel.

Chiappini, E., Principi, N., Longhi, R., Tovo, P. A., Becherucci, P., Bonsignori, F., … Writing Committee of the Italian Pediatric Society

Panel for the Management of Fever in Children. (2009). Management of fever in children: Summary of the italian

pediatric society guidelines. Clinical Therapeutics, 31(8), 1826-43. doi: 10.1016/j.clinthera.2009.08.006

Crocetti, M., Moghbell, N., & Serwint, J. (2001). Fever phobia revisited. Have parental misconceptions about fever changed in 20

years? Pediatrics, 107(6), 1241-1246.

Crocetti, M., Sabath, B., Cranmer, L., Gubser, S., & Dooley, D. (2009). Knowledge and management of fever among latino parents.

Clinical Paediatrics, 48(2), 183-189. doi: 10.1177/0009922808324949.

El-Radhi, A. S. (2008). Why is the evidence not affecting the practice of fever management? Archives of Diseases in Childhood,

(11), 918-20. doi: 10.1136/adc.2008.139949.

El-Radhi, A. S., & Barry, W. (2006). Thermometry in paediatric practice. Archives of Disease in Childhood, 91(4), 351-356.

Erkek, N., Senel, S., Murat, S., Ozgur, O., & Karacan, C. (2010). Parents’ perspectives to childhood fever: comparison of culturally

diverse populations. Journal of Paediatrics and Child Health, 46, 583-587.

Llerena Santa Cruz, E., Guarch Ibáñez, B., & Buñuel Álvarez, J. C. (2012). No existen pruebas suficientes que avalen el uso de

ibuprofeno y paracetamol combinados para el tratamiento de la febre. Evidencias en Pediatría, 8(1). Acedido em

http://archivos.evidenciasenpediatria.es/files/41-11545-RU TA/18AVC.pdf

National Collaborating Center for Women’s and Children’s Health. (2007). Feverish illness in children: Assessment and initial management in children younger than 5 years London: NICE. Acedido em https://www.nice.org.uk/guidance/cg160/

documents/feverish-illness-in-children-update-nice-guideline2

Paul, I. M., Sturgis, S. A., Yang, C., Engle, L., Watts, H., & Berlin, C. M. Jr. (2010). Efficacy of standard doses of ibuprofen alone,

alternating, and combined with acetaminophen for the treatment of febrile children. Clinical Therapeutics, 32(14),

-2440. doi: 10.1016/j.clinthera.2011.01.006.

Poirier, M. P., Collins, E. P., & McGuire, E. (2010). Fever phobia: A survey of caregivers of children seen in a pediatric emergency

department. Clinical Pediatrics, 49(6), 530-534. doi: 10.1177/0009922809355312.

Portugal, Direcção-Geral da Saúde, Divisão de Saúde Materna, Infantil e dos Adolescentes . (2004). Urgências no ambulatório em

idade pediátrica. Lisboa: DGS.

Powell, K. R. (2005). Febre. In R. E. Behrman, R. M. Kliegman, & H. B. Jenson (Eds.), Nelson: Tratado de pediatria (17ª ed., pp.

-890). Rio de Janeiro: Elsevier Editora.

Rodrigues e Rodrigues, L., Monteiro, T., Neto, T., & Rodrigues, C. (2010). Conhecimentos e atitudes dos pais perante a febre.

Saúde Infantil, 32(1), 17-21.

Schmitt, B. D. (1980). Fever phobia: misconceptions of parents about fevers. American Journal of Disease of Children, 134(2),

-181.

Seeley, R. R., Stephens, T. D., & Tate, P. (2005). Anatomia & Fisiologia (6ª ed.). Loures: Lusociência.

Sullivan, J. E., & Farrar, H. C. (2011). Clinical report: Fever and antipyretic use in children. Pediatrics 127(3), 580-587. doi:

1542/peds.2010-3852.

Walsh, A., Edwards, H., & Fraser, J. (2008). Parent’s childhood fever management: community survey and instrument

development. Journal of Advanced Nursing, 63(4), 376-388. doi: 10.1111/j.1365-2648.2008.04721.x.

Yilmaz, D., Arhan, E., Yuksel, D., Ozçelik, A., Senbil, N., Serdaroglu. A., & Gurer, Y.K. (2008). Attitudes of parents and physicians

toward febrile seizures. Clinical Paediatrics, 47(9), 856-860. doi: 10.1177/0009922808319961.

Zomorrodi, A., & Attia, M. W. (2008). Fever: Parental concerns. Clinical Paediatric Emergency Medicine, 9(4), 238-243. doi: http://

dx.doi.org/10.1016/j.cpem.2008.09.007.

Downloads

Como Citar

Santos, M., Casanova, C., Prata, P., & Bica, I. (2016). Gerir a febre em crianças: Conhecimentos e práticas dos pais. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, (1), 15–21. Obtido de https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/13831

Edição

Secção

Ciências da vida e da saúde