Cultura de segurança do doente: estudo de alguns fatores intervenientes

Autores

  • Manuela Ferreira Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde
  • João Consciência
  • João Duarte
  • Daniel Silva

DOI:

https://doi.org/10.29352/mill0206.03.00174

Palavras-chave:

Cultura de segurança, Qualidade cuidados, Comunicação

Resumo

Introdução: A segurança do doente tem um carácter multidimensional e multidisciplinar. No âmbito da sua índole multidimensional a OMS evidencia a importância da qualidade da interação e da comunicação como determinantes da qualidade e da segurança na prestação dos cuidados de saúde.

Objetivo: Analisar em que medida as variáveis sociodemográficas e profissionais influenciam as competências de comunicação dos enfermeiros e qual o impacto das competências comunicacionais dos enfermeiros na cultura de segurança dos cuidados.

Métodos: Estudo, de carácter quantitativo, descritivo/correlacional, analítico e transversal, realizado numa amostra de 138 enfermeiros. Foi utilizada a escala Avaliação da Cultura de Segurança do Doente em Hospitais (Eiras, 2011), e a Escala de Competências de Comunicação Clínica (ECCC) validada por (Ferreira, Silva & Duarte 2016) para avaliação das competências comunicacionais.

Resultados: Os participantes têm uma idade média de 32.51 anos, com um desvio padrão de 7.958. São maioritariamente do sexo feminino (77.54%) com licenciatura (94.4%) e tem, em média 9.41 anos, de experiência profissional. A idade, o estado civil, a experiencia profissional não influenciam a cultura de segurança do doente. Após a análise inferencial através de uma regressão múltipla multivariada, todas as variáveis manifestadas (Anos experiencia profissional, recolhe informação, partilha Informação e permite terminar o diálogo) registam valores significativos. Quanto maior o número de anos de experiencia profissional menor a resposta ao erro não punitiva.
Conclusões: Os resultados apontam para a importância da comunicação sobre algumas variáveis na cultura de segurança do doente. Esta realidade circunscreve-se de novos pressupostos e atitudes dos profissionais que têm que acompanhar, em tempo útil, a evolução do conhecimento, garantindo uma comunicação enfermeiro / utente eficaz e práticas de cuidados seguras, garantindo a qualidade dos cuidados prestados.

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Publicado

2018-05-30

Como Citar

Ferreira, M., Consciência, J., Duarte, J., & Silva, D. (2018). Cultura de segurança do doente: estudo de alguns fatores intervenientes. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(6), 33–39. https://doi.org/10.29352/mill0206.03.00174

Edição

Secção

Ciências da vida e da saúde