Perceção dos professores sobre o desempenho do coordenador de departamento curricular e supervisão pedagógica
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0203e.04.00206Palavras-chave:
Professores, Formação especializada, Supervisão pedagógica, Coordenador de DepartamentoResumo
Introdução: Nas escolas portuguesas, o Coordenador de Departamento Curricular é um gestor intermédio, supervisor e líder, que deve assumir o exercício da liderança e demonstrar capacidade comunicativa para poder mobilizar os docentes que coordena na prossecução dos ideais educativos. Por isso, a supervisão pedagógica assume um papel de relevo nas atividades por ele desenvolvidas.
Objetivos: Conhecer a perceção dos professores dos vários níveis de ensino não superior acerca do desempenho do Coordenador de Departamento Curricular na atual organização escolar portuguesa e de alguns fatores que podem influenciar esse mesmo desempenho, nomeadamente a formação especializada em supervisão pedagógica.
Métodos: Foi utilizada uma metodologia de caráter descritivo e transversal, com recurso a um inquérito por questionário. A amostra totalizou 106 professores de todos os departamentos curriculares, de um agrupamento de escolas do concelho de Viseu. Os dados recolhidos foram sujeitos a uma análise estatística descritiva e inferencial.
Resultados: Os docentes valorizam a promoção da articulação entre os professores do próprio departamento curricular e com outros departamentos, o incentivo à reflexão sobre as práticas docentes e a abertura à mudança e à inovação. Consideram também que o Coordenador deve promover o trabalho colaborativo, bem como gerar e partilhar conhecimentos. Contudo, relevam que a carga letiva atribuída ao coordenador e a consequente falta de tempo para responder a todas as solicitações que o cargo exige podem influenciar negativamente o seu desempenho.
Conclusões: Os Coordenadores de Departamento Curricular deverão assumir a necessidade de formação na sua atividade, enquanto supervisores, para garantir legitimidade e credibilidade nas mais variadas vertentes e dimensões, quer a nível pessoal/relacional, quer a nível profissional.
Downloads
Referências
Alarcão, I. (2002). Escola reflexiva e desenvolvimento institucional: Que novas funções supervisivas? In J. Oliveira-Formosinho (Org.), A supervisão na formação de professores I – Da sala à escola (pp. 217-238). Porto: Porto Editora.
Alarcão, I. (2003). Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez Editora.
Alarcão, I., & Canha, B. (2013). Supervisão e colaboração: Uma relação para o desenvolvimento. Porto: Porto Editora.
Alarcão, I., & Tavares, J. (2003). Supervisão da prática pedagógica: Uma perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Livraria Almedina.
Barroso, J. (2001). Relatório global da primeira fase do programa de avaliação externa. Lisboa: Centro de Estudos da Escola, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação- Universidade de Lisboa.
Borg, W. R., & Gall, M. D. (2003). Educational research: An introduction (7.ª ed.). Nova Iorque: Longman.
Cabral, I. M. (2009). As funções supervisivas dos coordenadores do departamento de línguas (Dissertação de Mestrado). Universidade dos Açores, Ponta Delgada. Retrieved from https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/455/1/DissertMestradoIsabelMartinsCabral.pdf.
Cardoso, A. P. (2000). A receptividade à inovação pedagógica: O professor e o contexto escolar (Tese de Doutoramento não publicada). Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, Coimbra.
Costa, J. A. (2000). Liderança nas organizações escolares: Revisitando teorias organizacionais num olhar cruzado sobre as escolas. In J. A. Costa (Ed.), Liderança e estratégia nas organizações escolares (pp. 28-31). Aveiro: Universidade de Aveiro.
Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril (regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário).
Decreto-Lei n.º 41/2012, de 21 de fevereiro (décima primeira alteração do Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário).
Decreto-Lei n.º 137/2012, 2 de julho (segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 224/2009, de 11 de setembro, que aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário).
Decreto-Lei n.º 22/2014, de 11 de fevereiro (regime jurídico da formação contínua dos docentes das escolas públicas e do ensino particular e cooperativo, assim como dos professores que exercem funções legalmente equiparadas ao exercício de funções docentes).
Despacho Conjunto n.º 198/99, de 15 de fevereiro (perfis de formação na formação especializada de professores).
Diogo, J. (2004). Liderança das escolas: Sinfonia ou jazz? In J. Costa, A. Neto-Mendes & A. Ventura (Orgs.), Políticas e gestão local da educação: Actas do III Simpósio sobre Organização e Gestão Escolar (pp. 267-277). Aveiro: Universidade de Aveiro.
Estrela, M., & Estrela, A. (2006). A formação contínua de professores numa encruzilhada. In R. Bizarro & F. Braga (Orgs.), Formação de Professores de Línguas Estrangeiras: Reflexões, estudos e experiências (pp. 73-80). Porto: Porto Editora.
Fortin, M-F. (2009). O processo de investigação: Da concepção à realização (5.ª ed.). Lisboa: Lusociência.
Ghiglione, R., & Matalon, B. (2001). O inquérito: Teoria e prática (4.ª ed.). Oeiras: Celta Editora.
Harris, B. (2002). Paradigmas e parâmetros da supervisão em educação. In J. Oliveira Formosinho (Org.), A supervisão, na formação de professores II. Da organização à pessoa (pp. 135-223). Porto: Porto Editora.
Hill, M., & Hill, A. (2005). Investigação por questionário (2.ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo.
Howell, D. C. (2010). Statistical methods for Psychology (7.ª ed.). Boston: Allyn and Bacon.
Ingvarson, L. (1990). Schools: Places where teachers learn. In J. D. Chapman (Eds.), School based decision-making and management (pp. 162-182). London: Falmer Press.
Marques, R. (2002). O Director de Turma e a relação educativa. Lisboa: Editorial Presença.
McMillan, J. H., & Schumacher, S. (2010). Research in education: A conceptual introduction (2.ª ed.). Glenview: Scott, Foresman and Company.
Morgado, J. C. (2007). Formação e desenvolvimento profissional docente: Desafios contemporâneos. In J. C. Morgado & M. I. Reis (Orgs.), Formação e desenvolvimento profissional docente: Perspetivas europeias (pp. 41- 57). Braga: CIEd.
Oliveira, M. L. (2000). O papel do gestor intermédio na supervisão escolar. In I. Alarcão (Org.), Escola reflexiva e supervisão. Uma escola em desenvolvimento e aprendizagem (pp. 43-54). Porto: Porto Editora.
Pestana, M. H, & Gageiro, J. N. (2014). Análise de dados para Ciências Sociais: A complementaridade do SPSS (6.ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo.
Pires, I. M. G. (2012). Lideranças intermédias: Tomada de decisão e comunicação em Departamento Curricular num Agrupamento de Escolas: Estudo de caso (Dissertação de Mestrado). Universidade Aberta, Lisboa. Retrieved from https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/2182/1/Isabel%20Pires.pdf
Ramalho, H. M. (2012). Escola, professores e avaliação: Narrativas e racionalidades da avaliação do desempenho docente na escola básica portuguesa (Tese de Doutoramento). Universidade do Minho, Braga.
Reis, E. (2008). Estatística descritiva (7.ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo.
Ricardo, L. F. (2010). Supervisão pedagógica: À procura de uma objetividade. Ensinar & Aprender. Revista eletrónica para professores, formadores e educadores. Retrieved from http://revistaensinareaprender.blogspot.pt/.
Rocha, J. (2016). Prática de Ensino Supervisionada: Que possibilidades de desenvolvimento profissional na formação inicial? (Tese de Doutoramento), Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal.
Roldão, M. C. (2012). Supervisão, conhecimento e melhoria: Uma triangulação transformativa nas escolas? Revista Portuguesa de Investigação Educacional, 12, 7-28.
Sequeira, A. (2012). A Importância e as competências dos coordenadores de departamento enquanto estrutura de gestão intermédia das escolas. PROFORMA, 7, 1-12. Retrieved from http://cefopna.edu.pt/revista/revista_07.htm.
Sergiovanni, T. J., & Starratt R. J. (1986). Supervisão: Perspectivas humanas. S. Paulo: EPU.
Tuckman, B. W. (2000). Manual de investigação em educação (4.ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Vieira, F. (1993). Supervisão: Uma prática reflexiva de formação de professores. Porto: Edições Asa.
Vieira, F., & Moreira, M. A. (2011). Supervisão e avaliação do desempenho docente: Para uma abordagem de orientação transformadora. Lisboa: ME – Conselho Científico para a Avaliação de Professores.
Zenhas, A. (2006). O papel do Director de Turma na colaboração escola-família. Porto: Porto Editora.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os autores que submetem propostas para esta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os artigos são publicados segundo a licença Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conformando regime open-access, sem qualquer custo para o autor ou para o leitor;
b) Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, permitindo-se a partilha livre do trabalho, desde que seja corretamente atribuída a autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publica
Documentos necessários à submissão
Template do artigo (formato editável)