Comparação da substituição clinicamente indicada e de rotina de cateteres venosos periféricos
revisão sistemática com meta-análise
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill029e.25004Palavras-chave:
cateterismo periférico, cateteres de demora, flebite, infecções, remoção de dispositivoResumo
Introdução: O cateter venoso periférico é na atualidade amplamente utilizado nos cuidados de saúde. A sua colocação representa um procedimento invasivo e como tal existe um risco acrescido de complicações, como a flebite e a infeção da corrente sanguínea. A decisão sobre o momento correto para a sua substituição é ainda um assunto em debate.
Objetivos: Avaliar os efeitos da substituição de cateteres venosos periféricos quando clinicamente indicado em comparação com a substituição por rotina.
Métodos: Realizada uma revisão sistemática com meta-análise segundo a metodologia proposta pela Joanna Briggs Institute. Dois revisores independentes realizam a avaliação crítica, extração e síntese dos dados.
Resultados: O corpus da revisão foi composto por oito ensaios clínicos randomizados e controlados e um estudo quase-experimental. Os resultados da meta-análise mostraram não existir diferenças na taxa de flebite (RR=1,31; IC95%=0,93-1,84; p=0,13) e infeção da corrente sanguínea (RR=0,82; IC95%=0,20-3,4; p=0,997) quando comparada a troca por indicação clínica e por rotina.
Conclusão: O aumento do tempo de permanência do cateter não conduzirá a um maior risco de flebite e infeção da corrente sanguínea, pelo que a troca do mesmo rotineiramente, representa uma prática inefetiva e que deverá ser alterada. A troca apenas quando existe indicação clínica é uma prática segura.
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