Programa de aconselhamento em enfermagem de saúde mental perinatal: um estudo piloto
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0215e.35142Palavras-chave:
programa; enfermagem saúde mental; perinatal; aconselhamentoResumo
Introdução: A gravidez é um período de reajustamentos físicos, psicológicos e sociais, levando muitas vezes a situações de crise quer pessoal, quer familiar. O aconselhamento é uma intervenção psicoterapêutica que permite empoderar e capacitar a mulher para lidar com as alterações na gravidez. O programa de aconselhamento pretende promover a saúde mental da mulher no período perinatal aumentando o autoconhecimento e estratégias.
Objetivo: Avaliar a efetividade de um programa de aconselhamento de enfermagem de saúde mental perinatal.
Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, quasi experimental, através de um estudo piloto. Amostra não probabilística por conveniência com 10 mulheres grávidas. O programa consiste em 3 sessões ao longo das semanas gestacionais, com utilização dos princípios do processo de enfermagem e do processo de aconselhamento psicoeducacional e em grupo. Como instrumentos utilizados o questionário sociodemográfico e clínico, a escala de Empowerment na grávida e a escala DASS-21 (ansiedade, stresse e depressão). Utilizou-se o Teste T para amostras emparelhadas.
Resultados: Após a intervenção houve um aumento do empowerment (Me=86,6) em quase todas as dimensões da escala e uma diminuição na dimensão Stresse. Através do Teste-T infere-se que o programa provocou alterações no empowerment e na DASS-21 (dimensão Stresse). Da correlação entre as duas variáveis, extrai-se que quanto mais empoderadas as mulheres estiverem menos ansiedade, depressão e stresse sentirem.
Conclusão: O estudo mostra a efetividade de programas de aconselhamento em enfermagem facilitando o processo de transição para a maternidade.
Downloads
Referências
Abazarnejad, T., Ahmadi, A., Nouhi, E., Mirzaee, M., & Atghai, M. (2019). Effectiveness of psychoeducational counseling on anxiety in preeclampsia. Trends in Psychiatry and Psychotherapy, 41(3), 276–282. https://doi.org/10.1590/2237-6089-2017-0134
Aires, C. M., Ferreira, I. M., Martins, A. T., & Sousa, M. R. (2016). Empowerment na gravidez: Estudo de adaptação da Empowerment Scale for Pregnant Women para o contexto português. Revista de Enfermagem Referência, IV(10), 49–57. http://dx.doi.org/10.12707/RIV16033
Akbarzadeh, M., Dokuhaki, A., Joker, A., Pishva, N., & Zare, N. (2016). Teaching attachment behaviors to pregnant women: A randomized controlled trial of effects on infant mental health from birth to the age of three months. Annals of Saudi Medicine, 36(3), 175-183. https://doi.org/10.5144/0256-4947.2016.175
Alaem, F., Jalali, A., Almasi, A., Abdi, A., & Khalili, M. (2019). Investigating the effect of group counseling on family stress and anxiety of primiparous mothers during delivery. BioPsychoSocial Medicine, 13(7), 1–8. https://doi.org/10.1186/s13030-019-0148-1
Alves, P., Ribeiro, I., Sequeira, C., & Néné, M. (2023). Perinatal mental health counselling programme: A scoping review. Patient Education and Counseling, 106, 170–179. https://doi.org/10.1016/j.pec.2022.10.347
Alves, P., Ribeiro, I., Sequeira, C., & Néné, M. (2024). O aconselhamento na enfermagem de saúde mental perinatal. In Integração de cuidados de saúde em diversos contextos: Unindo a evidência à prática,Vol. 1, Cap. 6, 71-78. Editora Omnis Scientia. https://editora.editoraomnisscientia.com.br/artigoPDF/24201042906.pdf
Caetano, A.B. (2020). Preocupações Maternas em Primíparas Durante os Primeiros 6 Meses de Pós-Parto. [Tese de doutoramento, Universidade do Porto]. Repositório Aberto da Universidade do Porto. https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/129636
Camoni, L., Mirabella, F., Sala, L., Romano, G., Barbano, G., Cattaneo, M., Cena, L., Michielin, P., Ialenti, V., Veltro, F., Cascavilla, I., Del Re, D., Palumbo, G., & Gigantesco, A. (2021). Feasibility and effectiveness of the Australian perinatal mental health approach in the Italian health services: Progress and challenges. Annali dell'Istituto Superiore di Sanita, 57(1), 51–56. https://doi.org/10.4415/ANN_21_01_08
Canhota, C. (2008). Qual a importância do estudo piloto? In E. E. Silva (Org.), Investigação passo a passo: Perguntas e respostas para investigação clínica, 69–72. Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral. https://www.arsalgarve.min-saude.pt/wp-content/uploads/2017/01/Investigacao-Passo-a-Passo.pdf
Conde, A., & Figueiredo, B. (2005). Ansiedade na gravidez: Implicações para a saúde e bem-estar do bebé e mecanismos neurofisiológicos envolvidos. Acta Pediátrica Portuguesa, 36(1), https://doi.org/41–49. 10.25754/pjp.2005.4846
Davenport, M., Meyer, S., Meah, V., Strynadka, M., & Khurana, R. (2020). Moms are not OK: Covid-19 and maternal mental health. Frontiers in Global Women's Health, 1(1), 1–6. https://doi.org/10.3389/fgwh.2020.00001
Direcção-Geral da Saúde (2022). Plano Nacional de Saúde 2030. Saúde Sustentável: de tod@s para tod@s. Direcção-Geral da Saúde. https://pns.dgs.pt/pns-2021-2030/
Dutra, H. S., & Reis, V. N. dos. (2016). Desenhos de estudos experimentais e quase-experimentais: Definições e desafios na pesquisa em enfermagem. Revista de Enfermagem UFPE On Line, 10(6), 2230–2241.
Faroleira, A. (2021). Relação na Preparação para o parto com o empowerment da puérpera na parentalidade. [Tese de mestrado, Universidade de Évora]. Repositório Universidade de Évora. https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/29166/1/Mestrado-Enfermagem_de_Sa%c3%bade_Materna_e_Obstetrica-Antonio_Jos%c3%a9_Ganchinho_Faroleira.pdf
Ferreira, M., & Silva, I. (2020). Seremos pais informados? - Literacia sobre a gravidez e parto: uma revisão sistemática. Psicologia, Saúde & Doenças, 21(1), 144–151. https://doi.org/10.15309/20psd210122
Kubo, A., Aghaee, S., Kurtovich, E., & McGinnis, M. (2021). mHealth mindfulness intervention for women with moderate-to-moderately-severe antenatal depressive symptoms: A pilot study within an integrated health care system. Mindfulness, 12(6), 1387–1397. https://doi.org/10.1007/s12671-021-01606-8
Macedo, A. F., & Pereira, A. T. (2014). Saúde Mental Perinatal: Maternidade nem sempre rima com felicidade. Lidel.
Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento das competências específicas do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde mental. https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/RegulamentoCompetenciasSaudeMental_aprovadoAG20Nov2010.pdf
Ordem dos Enfermeiros (2015). Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (5ª versão). Lusodidacta. https://futurosenf.wordpress.com/wp-content/uploads/2017/04/cipe_2015.pdf
Pais-Ribeiro, J., Honrado, A., & Leal, I. (2004). Contribuição para o estudo da adaptação portuguesa das escalas de ansiedade, depressão e stress (EADS) de 21 itens de Lovibond e Lovibond. Psicologia, Saúde & Doenças, 5(2), 229–239. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36250207
Pedreira, M., & Leal, I. (2015). Terceiro trimestre de gravidez: Expectativas e emoções sobre o parto. Psicologia, Saúde e Doenças, 16(2), 260–273. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36242128010
Prata, M. C. C. F. (2009). Aconselhamento no puerpério: Efeitos na autoestima. [Dissertação de Mestrado, Universidade do Algarve]. https://sapientia.ualg.pt/server/api/core/bitstreams/75d79150-ad24-4467-a374-0b6608320bb3/content
Teixeira PM. (2018). Sobre o significado da significância estatística. Acta Medica Portuguesa,31(5), 238-240. https://doi.org/10.20344/amp.9375
Teixeira, M. C. (2014). “Onde estava antes de ter nascido”, um estudo sobre a vinculação pré-natal. [Tese de Doutoramento, Universidade de Évora]. Repositório Universidade de Évora. https://www.rdpc.uevora.pt/bitstream/10174/12323/1/Tese%20Concei%C3%A7%C3%A3o%20-%20Onde%20Estava%20Antes%20de%20Ter%20Nascido%20(TUDO).pdf
World Health Organization (2022). Guide for integration of perinatal mental health in maternal and child health services. https://www.who.int/publications/i/item/9789240057142
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores que submetem propostas para esta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os artigos são publicados segundo a licença Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conformando regime open-access, sem qualquer custo para o autor ou para o leitor;
b) Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, permitindo-se a partilha livre do trabalho, desde que seja corretamente atribuída a autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publica
Documentos necessários à submissão
Template do artigo (formato editável)