Eficácia do uso da cetamina intranasal para redução da dor em adultos em situação de emergência: revisão sistemática da literatura
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0218e.36563Palavras-chave:
cetamina; cetamina intranasal; gestão da dor; serviços médicos de emergênciaResumo
Introdução: A dor constitui uma das manifestações clínicas mais prevalentes em contextos de emergência. Tradicionalmente, os opiáceos têm sido amplamente utilizados para o seu controlo, contudo, nas últimas décadas, tem-se verificado uma mudança significativa nas abordagens analgésicas, com crescente interesse por alternativas não opiáceas. Entre estas, destaca-se a cetamina, cujo perfil farmacológico tem suscitado interesse pela sua eficácia analgésica, sobretudo em situações de dor aguda intensa.
Objetivo: Identificar o uso da Cetamina intranasal para redução da dor em adultos em situação de emergência.
Métodos: Revisão sistemática da literatura, orientada pela estratégia de pesquisa PI[C]OD, com extração dos artigos apoiada pelo software Rayyan. Foram tidos em conta os artigos escritos em inglês, português, espanhol e/ou francês, com friso temporal entre 2018-2023, pesquisados nas bases de dados PubMed e CINAHL complete e na plataforma online B-On.
Resultados: A análise das evidências dos três estudos, demostrou a eficácia do uso da cetamina intranasal para redução da dor em situação de emergência. A cetamina intranasal, quando adicionada ao óxido nitroso, proporcionou uma redução significativa da dor, melhorou o conforto em comparação com o placebo intranasal e teve menos reações adversas. Contudo, o tempo de permanência no serviço de urgência dos doentes que recebem cetamina em contexto pré-hospitalar, em alternativa à morfina ou ao fentanil, poderá ser inferior ao desejável para uma vigilância clínica adequada, sobretudo no tratamento de condições dolorosas não cardiorrespiratórias isoladas.
Conclusão: Parece haver eficácia no uso de cetamina intranasal no controlo da dor aguda em adultos em situação de emergência, mas é necessário a realização de mais estudos controlados randomizados para reforçar as evidências encontradas.
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