Fatores com impacto na cicatrização da úlcera de perna

Autores

  • Isa Andrade Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões, Viseu, Portugal https://orcid.org/0009-0008-0342-2870
  • Madalena Cunha Instituto Politécnico de Viseu, Viseu, Portugal | UICISA: E - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, Viseu, Portugal | SIGMA – Phi Xi Chapter, ESEnfC, Coimbra, Portugal | Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho (CIEC UM), Braga, Portugal http://orcid.org/0000-0003-0710-9220

DOI:

https://doi.org/10.29352/mill0217e.38852

Palavras-chave:

úlcera de perna; fatores de risco; avaliação clínica; cicatrização

Resumo

Introdução: É importante desmistificar o conceito de que as Úlceras de Perna (UP´s) não cicatrizam, havendo uma grande variação nos tempos de cicatrização dependendo da literatura consultada. É essencial uma avaliação holística do paciente, identificando os fatores que podem permitir a intervenção precoce e, assim, melhorar os resultados.

Objetivo: Identificar os fatores com impacto na cicatrização da UP.

Métodos: Estudo de análise quantitativa, descritivo-correlacional, com recolha de dados numa amostra não aleatória de conveniência em duas unidades de tratamento de feridas complexas, da região centro de Portugal, entre Janeiro de 2021 e Dezembro de 2022.

Resultados: O tempo mediano de cicatrização da UP é de 67 dias. As variáveis com maior impacto na cicatrização foram: úlcera mista (b=0.36; B=69.23 dias); comprimento entre 10 a 15 cm (b=0.26; B=66.4 dias); localização inferior (b=0.17; B=28.78 dias), sinal de lipodermatoesclerose ou atrofia branca (b=0.17; B=24.47 dias); e uso de antibióticos nos meses anteriores (b=0.13; B=25.29 dias).

Conclusão: As úlceras tornam-se crónicas pela presença de fatores inibitórios que prejudicam a cicatrização. A identificação dessas barreiras deve ser o ponto de partida no planeamento dos cuidados. Foram 7 as variáveis clínicas identificadas com impacto cicatrização (úlcera mista, comprimento da úlcera, localização inferior, sinal de lipodermatoesclerose ou atrofia branca e uso de antibiótico) as quais devem ser considerados para o planeamento da intervenção clínica e pela academia em futuras investigações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Chan, K. S., Lo, Z. J., Wang, Z., Bishnoi, P., Ng, Y. Z., Chew, S., Chong, T. T., Carmody, D., Ang, S. Y., Yong, E., Chan, Y. M., Ho, J., Graves, N., & Harding, K. (2023). A prospective study on the wound healing and quality of life outcomes of patients with venous leg ulcers in Singapore-Interim analysis at 6-month follow up. International Wound Journal, 20(7), 2608-2617. https://doi.org/10.1111/iwj.14132

Kruszewska, K., Wesolowska-Gorniak, K., & Czarkowska-Paczek, B. (2021). Venous leg ulcer healing time is increased with each subsequent bacterial strain identified in the ulcer: A retrospective study. Phlebology, 36(4), 275-282. https://doi.org/10.1177/0268355520961945

Maeseneer, M., Kakkos, S., Aherne, T., Baekgaard, N., Black, S., Blomgren, L., Giannoukas, A., Gohel, M., Graaf, R., Hamel-Desnos, C., Jawien, A., Jaworucka-Kaczorowska, A., Lattimer, C., Mosti, C., Noppeney, T., Rijn, M., & Stansby, G. (2022). European Society for Vascular Surgery (ESVS) 2022 Clinical Practice Guidelines on the Management of Chronic Venous Disease of the Lower Limbs. European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 63(2), 184-267. https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2021.12.024

Millan, S., Gan, R., & Townsend, P. (2019). Venous ulcers: Diagnosis and treatment. American Family Physician, 100(5), 298-305. https://www.aafp.org/dam/brand/aafp/pubs/afp/issues/2019/0901/p298.pdf

Parreira, A., & Marques, R. (2017). Feridas: Manual de boas práticas. Lidel – Edições Técnicas, Lda.

Raffetto, J., Ligi, D., Maniscalco, R., Khalil, R., & Mannello, F. (2021). Why venous leg ulcers have difficulty healing: Overview on pathophysiology, clinical consequences, and treatment. Journal of Clinical Medicine, 10(1), 29. https://doi.org/10.3390/jcm10010029

Wounds International. (2023). Wound balance: Achieving wound healing with confidence. Wounds International. www.woundsinternational.com

Wounds UK. (2024). Best Practice Statement: Primary and secondary prevention in lower leg wounds. Wounds UK. https://wounds-uk.com/best-practice-statements/primary-and-secondary-prevention-in-lower-leg-wounds/

Wounds UK. (2022). Best Practice Statement: Holistic management of venous leg ulceration (2ª ed.). Wounds UK. https://wounds-uk.com/best-practice-statements/holistic-management-of-venous-leg-ulceration/

Zegarra, T. I., & Tadi, P. (2023). CEAP Classification Of Venous Disorders. Em StatPearls. StatPearls Publishing. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557410/

Downloads

Publicado

2025-02-04

Como Citar

Andrade, I., & Cunha, M. (2025). Fatores com impacto na cicatrização da úlcera de perna. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(17e), e38852. https://doi.org/10.29352/mill0217e.38852

Edição

Secção

Ciências da vida e da saúde