Hábitos alimentares na adolescência: implicações no estado de saúde
Resumo
A alimentação variada e equilibrada é garantia de
um estado nutricional adequado, necessário para manter um
bom nível de saúde geral e oral na população. Neste sentido
propusemo-nos analisar o conteúdo da dieta e a frequência de
ingestão de alimentos e a sua relação com determinantes sócio
demográficos, com o valor do Índice de Dentes Cariados,
Perdidos e Obturados (CPOD), Índice de Placa Simplificado
(IPS) e Índice de Massa Corporal (IMC).
Este é um estudo observacional e transversal,
realizado numa amostra aleatória de 661 adolescentes com
idades entre 11 e 17 anos, com média de 13.22 anos
(Dp=1.139), da zona Centro de Portugal.
A caracterização sócio demográfica, o conteúdo da
dieta e a frequência de ingestão de alimentos foram obtidos
através de um questionário auto-preenchido pelos
adolescentes, e o registo do Índice CPOD, por observação da
cavidade oral. A avaliação da higiene oral foi obtida pelo
índice de placa. O índice de massa corporal foi obtido através
da avaliação do peso e da estatura dos adolescentes.
A média do índice CPOD foi de 2.23 (Dp=2.484).
Os resultados relativos ao perfil antropométrico real
evidenciam que 68.1% dos adolescentes apresentam um
Percentil de IMC ente P 5 e P< 85.
Da amostra, 67,9% dos adolescentes referiu que
considera ter uma alimentação saudável, com a ingestão de 5 a
6 refeições por dia.
A maioria dos adolescentes (81,7%) ingere
refrigerantes e os rapazes bebem mais refrigerantes que as
raparigas (85,5% Vs 78,8).
O consumo de refrigerantes tem influência
(apresenta evidências significativas) no índice de CPOD dos
adolescentes (t=-2,224, p=0,028).
Os adolescentes que apresentam melhores hábitos
alimentares são os mais novos (r=-0.155; p 0.000) e com um
IMC menor (r=-0.079; p=0.046).
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