Cibersegurança na perspetiva dos Profissionais de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i1.27712Palavras-chave:
Cibersegurança, profissionais de saúde, ciberataque, empowerment.Resumo
Este estudo tem como principal objetivo perceber a capacitação dos profissionais de saúde em relação à cibersegurança e prevenção de ciberataques nas instituições onde estes exercem funções. O estudo consiste em aplicar uma escala de resposta tipo Likert previamente validada e publicada, para avaliar as atitudes em relação à cibersegurança em ambiente empresarial (ATC-IB), com o objetivo de obter dados sobre diversos indicadores como a cibersegurança e a gestão de risco de ciberataques na perspetiva dos profissionais de saúde, o questionário foi submetido através da plataforma digital Google Forms®, a distribuição do questionário foi online em redes sociais e grupos do WhatsApp que exercem a sua profissão no setor público, privado e social em Portugal. Trata-se de um estudo observacional, quantitativo, transversal e descritivo sobre atitudes em relação à cibersegurança nos seus locais de trabalho. Foi criada uma base de dados em programa Microsoft Office Excel ® e para a análise estatística descritiva e exploratória dos dados foi usado a linguagem de programação R e o plug-in EZR. Na amostra em estudo foram incluídos 82 profissionais de saúde e foram excluídos 8 por uma questão estatística. Respondentes por género: 76% mulheres e 24% homens. Divididos por 4 grupos profissionais: enfermeiros; médicos; técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT); e gestores. A média de idades é de 38,12 anos com um desvio padrão de 12.38. A área de abrangência situa-se maioritariamente na região de Lisboa e Vale do Tejo com representação de 94,4%; a região norte com 4,4% e a região do Alentejo com 1,1% de respondentes. 72% exercem funções no setor público; 25% no setor privado; e 3% no setor social. Grau académico e habilitações literárias está distribuído por: 2% é doutorado; 32% possui o grau de mestre; 60% é licenciado. Conclui-se que existem algumas diferenças ao nível de conhecimento de cibersegurança, nomeadamente na faixa etária 18-30 anos e as restantes idades, tal como entre géneros no mesmo item (de não saber a quem recorrer se existisse um ciberataque), esta dificuldade apresenta-se mais evidente em idades acima dos 31 anos e no género feminino. E ainda entre géneros acresce-se uma diferença estatisticamente significativa no item (de ganhar do ponto de vista financeiro com os ciberataques), conclui-se que o género feminino tem a perceção de que o dinheiro não é apenas e único fator motivador dos ciberataques. Entre classes profissionais verificou-se diferenças entre os enfermeiros e os TSDT para 1 item, os enfermeiros dão mais importância aos boletins informativos governamentais em relação ao cibercrime que os TSDT; e um item entre enfermeiros e gestores, sendo que os gestores têm mais conhecimento sobre quem é o responsável por proteger a instituição de saúde das ciberameaças, que os enfermeiros. Globalmente a escala ATC-IB nas três variáveis (géneros, faixas etárias e classes profissionais) não foram encontradas grandes diferenças, de um modo geral existe capacitação dos profissionais de saúde em relação à cibersegurança e prevenção de ciberataques no contexto ambiente de trabalho.
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