SPIN – Sustainable ProteIN
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32546Palavras-chave:
Insetos; Siluros glanis, proteaginosas, agricultura regenerativaResumo
De acordo com a FAO (2022), os desafios societários emergentes revelam que a produção de géneros alimentícios terá de aumentar em 60%, até 2050, de modo a satisfazer as necessidades nutricionais de uma população superior a 9 mil milhões de habitantes. É necessário minimizar o desperdício alimentar, incrementar a produção de géneros alimentícios saudáveis e sustentáveis, com enfoque na preservação dos ecossistemas aquático e terrestre, bem como no desenvolvimento de Novos Alimentos. As dietas sustentáveis caracterizam-se por terem menor impacte ambiental e por promoverem a saúde, reduzindo a morbilidade e a mortalidade associadas ao consumo alimentar. A Dieta Mediterrânica, reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, é um dos padrões alimentares mais estudados e conhecidos em todo o mundo. Porém, os consumidores, devido ao incremento da literacia alimentar, estão cada vez mais interessados em experimentar novas fontes proteicas sustentáveis, que possam contribuir para as suas necessidades nutricionais e satisfaçam as suas expetativas ao nível sensorial.
O Projeto SPIN, aprovado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliências (PRR), aborda quatro oportunidades, distribuídas por quatro fileiras, focadas na obtenção de proteína saudável e sustentável, que permita contribuir para o desenvolvimento de novos produtos e acompanhar as novas tendências de consumo:
Oportunidade 1) valorizar os grilos da espécie Acheta domesticus como fonte alternativa de proteína, incorporando-a gradualmente na Dieta Mediterrânica, contribuindo para dietas saudáveis e sustentáveis;
Oportunidade 2) valorizar a espécie não nativa Silurus glanis (peixe-gato-europeu), dada a sua rápida disseminação e abundância pelo rio Tejo, como proteína animal de qualidade, contribuindo para dietas saudáveis e para equilibrar o ecossistema aquático do médio e baixo Tejo;
Oportunidade 3) valorizar variedades de chícharo e de grão-de-bico, reforçando a resiliência e a adaptação das variedades nacionais às alterações climáticas, como fontes de proteínas saudáveis e sustentáveis;
Oportunidade 4) promover a sustentabilidade da área agrícola através da agricultura regenerativa, melhorando o desempenho ambiental e climático das explorações, concomitantemente, utilizar estas explorações para a obtenção de proteína de origem bovina (carne bovina) que cumpra as normas mais rigorosas em matéria de bem-estar animal.
Assim, cada oportunidade vai ser dividida num conjunto de atividades ligadas às fileiras referidas, que comportam a valorização das matérias-primas, a formulação de novos produtos e a sua caracterização microbiológica, físico-química, reológica, sensorial e toxicológica e estudos de novas embalagens a desenvolver com base em subprodutos das matérias-primas das quatro fileiras. Há ainda três atividades transversais: avaliação do ciclo de vida dos novos produtos desenvolvidos, a disseminação e capacitação junto dos stakeholders de cada fileira e a utilização de uma plataforma digital de cross-selling para promoção e venda dos produtos desenvolvidos.
Pretende-se que o SPIN possa contribuir para aumentar a disponibilidade de novos alimentos com base em proteína alternativa e sustentável, preservar o ecossistema do rio Tejo, divulgar, preservar e valorizar variedades tradicionais de proteaginosas, contribuir para o estudo das mais valias da prática de agricultura em modo regenerativo, garantindo a eficiência de utilização dos recursos naturais e assim uma maior sustentabilidade da cadeia de valor.
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