Design do currículo em rede? Dinâmica relacional das associações de professores na elaboração das Aprendizagens Essenciais em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.24086Palavras-chave:
Associações de professores, Design do currículo, Políticas curriculares, Análise de redes, Colaboração docenteResumo
O convite do Ministério da Educação português às associações de professores (AP), em 2016, para a sua participação no processo de definição das Aprendizagens Essenciais (AE) é inédito no contexto histórico-curricular português, como na maioria dos países do mundo. Neste texto pretende-se perceber a estrutura social e a dinâmica de interação criada pelas AP na elaboração das AE, respondendo às seguintes questões de investigação: i) Que atores foram convidados pelas AP para as suas equipas e que relações de interação estabeleceram entre si?; ii) Que dinâmica relacional estabeleceram as associações das várias áreas disciplinares entre si? Como metodologia privilegiámos a análise de redes sociais (Social Network Analysis – SNA) que permite detetar a estrutura das relações sociais, e seus padrões de interação e representá-los graficamente. Elaborámos um questionário de análise de redes que foi aplicado às 18 AP que participaram na elaboração das AE. Os resultados demonstram que as AP constituíram equipas formadas, sobretudo, por elementos especialistas na disciplina da área. A representação social do conhecimento profissional por parte das AE desvaloriza o conhecimento do currículo. Verificou-se ainda a pouca colaboração entre associações na elaboração das AE, o que se pode justificar pela tradição do sistema educativo português anterior ao 25 de Abril, que se sustentava numa lógica de trabalho individual dos docentes, e pela génese ou cultura disciplinar das AP.
Downloads
Referências
Abrantes, P. (1994). Associações pedagógicas de professores. In J. C. Abrantes (Eds.), A outra face da escola (pp. 691-707). Ministério da Educação.
Apple, M. (2019). Ideology and curriculum. Routledge.
Baş, G., & Şentürk, C. (2019). Teachers’ voice: Teacher participation in curriculum development process. Inquiry in Education, 11(1), 5. https://digitalcommons.nl.edu/ie/vol11/iss1/5/
Becher, T. (1989). Academic tribes and territories. SRHE & Open University Press.
Borgatti, S. P., & Molina, J. L. (2005). Toward ethical guidelines for network research in Organisations. Social Networks, 27(2), 107-117. https://doi.org/10.1016/j.socnet.2005.01.004
Burt, R. (1992). Structural holes. Harvard University Press.
Carl, A. (2005). The “voice of the teacher” in curriculum development: A voice crying in the wilderness. South African Journal of Education, 25(4), 223-228.
Cross, R., & Parker (2004). The hidden power of social networks – Understanding how work really gets done in organisations. Harvard Business School Press.
Day, C. (2004). A paixão pelo ensino. Porto Editora.
Decree-law No. 5/73, of 25 July. Estabelece a gratuitidade do ensino em oito anos. https://files.dre.pt/1s/1973/10/24000/18311831.pdf
Decree-law No. 6/2001, of 18 January. Aprova a reorganização curricular do ensino básico. https://files.dre.pt/1s/2001/01/015a00/02580265.pdf
Doll, R. C. (1995). Curriculum improvement: Decision making and process. Allyn & Bacon.
Fullan, M. (2001). The new meaning of educational change. Teachers College Press.
Hadar, L., & Brody, D. (2010). From isolation to symphonic harmony: Building a professional development community among teacher educator. Teaching and Teacher Education, 26(8), 1641-1651. https://doi.org/10.1016/j.tate.2010.06.015
Handelzalts, A. (2009). Collaborative curriculum design in teacher design teams. University of Twente.
Hargreaves, A. (2003). Teaching in the knowledge society. Education in the age of insecurity. Teachers College Press.
Hoogveld, A. W. M. (2003). The teacher as designer of competency-based education. Open University the Netherlands.
Lieberman, A. (1996). Practices that support teacher development. Transforming conceptions of professional learning. In M. W. McLaughlin & I. Oberman (Eds.), Teacher learning: New policies, new practices (pp. 185-201). Teachers College Press.
Little, J. W. (2002). Locating learning in teachers’ communities of practice: Opening up problems of analysis in records of everyday work. Teaching and Teacher Education, 18(8), 917-946. https://doi.org/10.1016/S0742-051X(02)00052-5
Normand, R., & Derouet, J.-L. (2011). Évaluation, développement professionnel et organisation scolaire. Revue Française de Pédagogie, 174, 5-20. https://doi.org/10.4000/rfp.2899
Oloruntegbe, K. O., Duyilemi, A. N., Agbayewa, J. O., Oluwatelure, T. A., Dele, A., & Omoniyi, M. B. I. (2010). Teachers’ involvement, commitment and innovativeness in curriculum development and implementation. Educational Research, 1(12), 706-712. https://www.interesjournals.org/articles/teachers-involvement-commitment-andinnovativeness-in-curriculum-development-andimplementation.pdf
Order No. 6478/2017, of 26 July. Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Legislacao/2017_despacho_64.pdf
Order No. 6605-A/2021, of 6 July. Procede à definição dos referenciais curriculares das várias dimensões do desenvolvimento curricular, incluindo a avaliação externa. https://dre.pt/dre/detalhe/despacho/6605-a-2021-166512681
Order No. 6944-A/2018, of 19 July, Attachments I to III of Decree-law No. 55/2018, of 6 July. Aprendizagens essenciais do ensino básico (1.º, 2.º e 3.º ciclos). https://files.dre.pt/2s/2018/07/138000001/0000200002.pdf
Pintassilgo, J., & Pedro, L. (2013). Associativismo docente. In M. F. Rollo (Ed.). Dicionário de História da I República e do Republicanismo (pp. 320-323). Assembleia da República.
Roldão, M. C., Peralta, H., & Martins, I. (2017). Currículo do ensino básico e do ensino secundário. Para a construção de aprendizagens essenciais baseadas no perfil dos alunos (Documento de trabalho – Escolas do PAFC).
Schön, D. (1983). The reflective practitioner: How professionals think in action. Temple Smith.
Shulman, L. (1987). Knowledge and teaching: Foundations of the new reform. Harvard Educational Review, 57(1), 1-21. https://people.ucsc.edu/~ktellez/shulman.pdf
Voogt, J. M., Pieters, J. M., & Handelzalts, A. (2016). Teacher collaboration in curriculum design teams: Effects, mechanisms, and conditions. Educational Research and Evaluation, 22(3-4), 121-140. https://doi.org/10.1080/13803611.2016.1247725
Wasserman, S., & Faust, K. (1994). Social network analysis: Methods and applications. Cambridge University Press.
Watts, D. J., & Strogatz, S. (1998). Collective dynamics of ‘small-world’ networks. Nature, 393, 440-442. https://doi.org/10.1038/30918
Young, J. H. (1990). Teacher participation in curriculum development: A study of societal and institutional levels. The Alberta Journal of Educational Research, 36(2), 141-156.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Sílvia Almeida, Joana Viana, Natália Barcelos, Maria do Céu Roldão, Helena Peralta

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0.
1. Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 CC-BY-SA que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
2. Autores e autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: depositar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3. Autores e autoras têm permissão e são estimulado/as a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição Compartilhamento pela mesma Licença Internacional 4.0