Comunicação com o doente crítico no serviço de medicina intensiva
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0214e.32763Palavras-chave:
comunicação aumentativa e alternativa; comunicação; unidade de cuidados intensivosResumo
Introdução: A comunicação é a base da interação humana sendo uma ferramenta essencial em qualquer instituição. Os profissionais de saúde que prestam cuidados em Serviços de Medicina Intensiva (SMI) deparam-se com dificuldades na comunicação com o doente crítico sendo essencial a adaptação de estratégias facilitadoras do processo comunicativo, tal como a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA).
Objetivo: Avaliar os conhecimentos dos profissionais de saúde sobre comunicação com o doente crítico e identificar as barreiras e os facilitadores comunicativos.
Métodos: Elaborada uma revisão da literatura científica e desenvolveu-se e aplicou-se um questionário sobre “Comunicação com o Doente Crítico” a uma amostra constituída por 46 profissionais de saúde do SMI.
Resultados: Constatou-se que 89% considera a comunicação uma ferramenta chave na prestação de cuidados, 63% desconhece a CAA, 91% sentem dificuldade em compreender o que o doente transmite e 52% sentem-se frustrados por não conseguir estabelecer uma comunicação bidirecional. As principais barreiras à comunicação referidas foram a falta de formação sobre técnicas comunicacionais, a inexistência de recursos materiais e o estado de consciência do doente.
Conclusão: Os profissionais de saúde apresentam lacunas no conhecimento sobre comunicação com o doente crítico, contudo segundo a literatura a adoção de ferramentas e estratégias de CAA e ações de formação confirmam-se como uma estratégia de aprendizagem importante na transmissão de conhecimentos.
Downloads
Referências
Al-Yahyai, A. N. S., Arulappan, J., Matua, G. A., Al-Ghafri, S. M., Al-Sarakhi, S. H., Al-Rahbi, K. K. S., & Jayapal, S. K. (2021). Communicating to Non-Speaking Critically Ill Patients: Augmentative and Alternative Communication Technique as an Essential Strategy. SAGE open nursing, 7, 23779608211015234. https://doi.org/10.1177/23779608211015234
Correia, M. (2022). Estudo de categorias e vocábulos para sistemas de comunicação aumentativa e alternativa em cuidados intensivos pediátricos [Dissertação de Mestrado]. Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro. https://ria.ua.pt/handle/10773/34845
Dithole, K. S., Thupayagale-Tshweneagae, G., Akpor, O. A., & Moleki, M. M. (2017). Communication skills intervention: Promoting effective communication between nurses and mechanically ventilated patients. BMC Nursing, 16(1),74. https://doi:10.1186/s12912-017-0268-5
Encarnação, Azevedo & Londral (2015). Tecnologias de apoio para pessoas com deficiência. Fundação para a Ciência e Tecnologia, Ministério da Educação e Ciência. https://www.acessibilidade.gov.pt/livros/tapd/html/8_tecnologias_apoio_comunicacao.html
Gomes, B. (2020). Comunicar com o doente ventilado em cuidados intensivos [Dissertação de Mestrado]. Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Portalegre. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/33195
Handberg, C. & Voss, A. (2018). Implementing Augmentative and Alternative Communication in Critical Care Settings: Perspectives of Healthcare Professionals. Journal of Clinical Nursing, 1-2(25), 102-114. https://doi.org/10.1111/jocn.13851
Happ, M., Seaman, J., Nilsen, M., Sciulli, A., Tate, J., Saul, M. & Barnato, A. (2015a). The number of mechanically ventilated ICU patients meeting communication criteria. Heart & Lung, 1(44), 45-49. https://doi.org/10.1016/j.hrtlng.2014.08.010
Happ, M., Sereika, S., Houze, M., Seaman, J., Tate, J., Nilsen, M., … Barnato, A. (2015b). Quality of care and resource use among mechanically ventilated patients before and after an intervention to assist nurse-nonvocal patient communication. Heart & Lung, 5(44), 408-415. https://doi.org/10.1016/j.hrtlng.2015.07.001
Holm, A. & Dreyer, P. (2018). Nurse-patient communication within the context of nonsedated mechanical ventilation: A hermeneutic-phenomenological study. Nursing in Critical Care, 2(23), 88-94. https://doi.org/10.1111/nicc.12297
Hoorn, S., Elbers, P., Girbes, A., & Tuinman, A. (2016). Communicating with conscious and mechanically ventilated critically ill patients: a systematic review. Crit Care 20, 333. https://doi.org/10.1186/s13054-016-1483-2
Istanboulian, L., Rose, L., Yunusova, Y., Gorospe, F., & Dale, C. (2019). Barriers to and facilitators for use of augmentative and alternative communication and voice restorative devices in the adult intensive care unit: a scoping review protocol. Systematic reviews, 8(1), 311. https://doi.org/10.1186/s13643-019-1232-0
Karlsen, M., Heggdal, K., Finset, A. & Heyn, L. (2018). Attention-seeking actions by patients on mechanical ventilation in intensive care units: A qualitative study. Journal of Clinical Nursing, 1-2(28), 66-79. https://doi.org/10.1111/jocn.14633
Laerkner, E., Egerod, I., Olesen, F. & Hansen, H. (2017). A sense of agency: An ethnographic exploration of being awake during mechanical ventilation in the intensive care unit. International Journal of Nursing Studies, (75), 1-9. https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2017.06.016
Leung, C., Pun, J., Lock, G., Slade, D., Gomersall, C., Wong, W. & Joynt, G. (2018). Exploring the scope of communication content of mechanically ventilated patients. Journal of Critical Care, (44), 136-141. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2017.10.044
Lloyd, B.; Beck, A. R.; Yacucci, A. L. (2018). "Augmentative and Alternative Communication in the Intensive Care Unit: A Service Delivery Model". Graduate Independent Studies - Communication Sciences and Disorders, 10. https://ir.library.illinoisstate.edu/giscsd/10
Mortensen, C., Kjaer, M., Egerod, I. (2019). Caring for non-sedated mechanically ventilated patients in ICU: A qualitative study comparing perspectives of expert and competent nurses. Intensive and Critical Care Nursing, (52), 35-41. https://doi.org/10.1016/j.iccn.2019.01.004
Noguchi, A., Inoue, T. & Yokota, I. (2019). Promoting a nursing team’s ability to notice intent to communicate in lightly sedated mechanically ventilated patients in an intensive care unit: An action research study. Intensive and Critical Care Nursing, (51), 64-72. https://doi.org/10.1016/j.iccn.2018.10.006
Nyagen, R., Egerid, I., Rustøen, T., Lerdal, A., Kirkevold, M. (2023). Unidentified communication challenges in the intensive care unit: A qualitative study using multiple triangulations. Australian Critical Care, 36 (2), pp. 215-222. https://doi.org/10.1016/j.aucc.2022.01.006.
Paiva, J. A., Fernandes, A., Granja, C., Esteves, F., Ribeiro, J., Nóbrega, JJ., Vaz, J., Coutinho, P. (2016). Rede de Referenciação de Medicina Intensiva. Redes de Referenciação Hospitalar de Medicina Intensiva. https://ds4.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/11/RRH-Medicina-Intensiva.pdf
Pina, S., Canellas, M., Prazeres, R., Lopes, J., Marcelino, T. Reis, D., Ferrito, C. (2020). Comunicação Alternativa e Aumentativa em Doentes Ventilados: Scoping Review. Rev Bras Enferm. 73(5). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0562
Pinho, C. (2020). A comunicação no cuidado especializado ao doente crítico em contexto de cuidados intensivos [Dissertação de Mestrado]. Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Portalegre. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/33790
Pinto, A. (2022). Avaliação da competência comunicativa em pessoas adultas/idosas com resposta mínima internadas em unidades de medicina intensiva [Dissertação de Mestrado]. Escola Superior de Saúde de Aveiro, Universidade de Aveiro. https://ria.ua.pt/bitstream/10773/34844/1/Documento_Ana_Pinto.pdf
Rego, A. (2016). Comunicação Pessoal e Organizacional (4ª ed.). Edições Sílabo.
Sequeira, C. (2016). Comunicação Clínica e Relação de Ajuda. Lidel.
Yoo, HJ, Li, O.B., Shim, J.L. (2020). Critical care nurses’ communication experiences with patientes and families in na intensive care unit: a qualitive study. PloS ONE 15(7): e0235694. https://doi.org//10.1371/journal.pone.0235694
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores que submetem propostas para esta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os artigos são publicados segundo a licença Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conformando regime open-access, sem qualquer custo para o autor ou para o leitor;
b) Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, permitindo-se a partilha livre do trabalho, desde que seja corretamente atribuída a autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publica
Documentos necessários à submissão
Template do artigo (formato editável)